terça-feira, 30 de agosto de 2011

Um vôo possível



- Para voar é preciso sentir com o coração - diz o tucano Rafael a seu amigo Blu do filme RIO.
Blu, é uma arara azul domesticada a qual sofreu uma queda de uma árvore quando filhote e por isso não consegue voar. Blu é muito cuidado por sua guardiã e desenvolve uma grande capacidade mental. É capaz de ler, planejar estratégias e estudar. Ganha muitos prêmios com suas capacidades. Apesar de ser extremamente encantador, Blu está limitado a seu mundo. Não consegue fazer amizades com outras aves e desdenha das mesmas. Como quer aprender a voar, estuda planos e os realiza minuciosamente, mas seus aprendizados técnicos e científicos não o conduzem ao sucesso e comicamente o filme mostra isto.
Assim como Blu, quantas vezes nós procuramos a solução em nossa mente e incapazes, nos deprimimos ao não encontrar sucesso. Mas também como na história, muitas pessoas "presentes" vêm nos lembrar de que nossa missão aqui é aprender a "voar", a acreditar na voz do coração e nos desapegarmos do medo do desconhecido.
Blu, no meio de tantas tentativas para voar, encontrou o medo diante dos seus olhos. Via um abismo verdadeiramente apavorador ao tentar voar e sempre regredia em suas tentativas. Quando não tinha mais escolhas, mergulhava no abismo e mesmo não sabendo voar, algo era providenciado para que não caísse... uma asa delta, um caminhão...Quantas vezes nós, tentando voar, nos apavoramos com o abismo na nossa frente. O abismo da ilusão de que nada será nos providenciado, de que cairemos e ninguém nos acolherá, que estamos sozinhos.
Na tentativa mental de encontrar uma solução para nossos problemas, sendo esse um parceiro amoroso, um novo trabalho, saúde encontramos pessoas e situações que nos fazem sentir que achamos a verdadeira solução. Esta solução nos faz companhia por um tempo, mas sendo a solução dada pela mente, ela vai embora e ficamos com a sensação de "tempo perdido". Será mesmo tempo perdido? Penso que essa situação ou pessoa seja uma asa delta nos ensinando como é voar. O voo pode não ter sido perfeito, mas foi um passeio agradável o qual podemos agradecer. Quando a escolha é feita confiando em si mesmo e nos seus potenciais, aprendemos a voar. Blu, só conseguiu voar quando ele se encontrou numa situação em que ele precisava acreditar em si mesmo. Era o único jeito de se salvar.
Penso a mesma coisa de nós seres humanos. Enquanto não aprendermos a confiar no ser divino que habita todos nós, podemos ter passeios agradáveis com o encontro de outras pessoas com seus seres divinos que gentilmente nos oferecem esse passeio. Mas, no momento, que entrarmos em conexão com o nosso ser divino, estaremos preparados para voar e sentir a grandeza de bater as asas, sentir o vento no rosto e ser feliz.
Desejo um lindo vôo a todos, com muitas descobertas e realizações que este CAMINHO oferece!
Marcia Oliveira

domingo, 28 de agosto de 2011

Como você está se preparando para 2012?








Foi ouvindo a Monja Coen falar sobre São Benedito que percebi qual pode ser um dos objetivos para se preparar para 2012. Segunda a Monja, São Benedito dizia:
- É proibido resmungar!
Tarefa fácil, fácil.... Vamos ver? Quem nunca resmungou quando ficou doente, não resmungou quando se dedicou a alguém e essa pessoa não disse ao menos “muito obrigado”, não resmungou quando deu tudo de si e ninguém reconheceu...
Pois 2012 está se aproximando com ele uma mudança da vibração energética do planeta. Cabe a nós decidirmos qual caminho escolheremos: o caminho do resmungo ou o caminho do autoconhecimento.
Eu não sei vocês, mas para mim nunca adiantou querer ser reconhecida por um trabalho e forçar esse reconhecimento qualquer que seja o método utilizado. Resmungar também nunca foi solução quando não ouvi “muito obrigado”. Mas encarar essa vontade de ser vista, elogiada no meu trabalho me trouxe uma luz!
Porque queremos tanto ser vistos, admirados? Será que tem haver com se sentir amado? Mas porque devemos nos sentir amados só se formos reconhecidos? Mente, mente.... porque faz isso com a gente?
O Guia do Pathwork1 nos diz que “o desejo de amor da criança é ilimitado. A criança é levada a sentir que esse desejo de amor exclusivo e ilimitado é errado; portanto, sente culpa por causa dele. É verdade que o amor exclusivo e ilimitado é irrealista, deseja-lo é imaturidade. A conclusão errada daí decorrente está em pensar que o desejo de amor em si é errado. A conclusão certa seria: “o tipo de amor que eu quis até agora é errado, porque não pode ser. Mas tenho o direito de querer ser amado. Isso pode acontecer, desde que eu, de minha parte, aprenda a amar da maneira certa e amadurecida. Pois bem, qual é a maneira errada? O substituto do seu desejo de serem amados é o desejo de serem aprovados, de brilharem, de serem melhores que os outros, de impressionarem as pessoas, de serem importantes.”
Outro caminho muito interessante para se preparar para 2012 é o Yoga. Seja qual for o tipo de Yoga, ele trabalha as funções vitais no nosso organismo, tais como respiração, mente e coração e nos põem em contato com órgãos cujos movimentos não controlamos. E quem controla minha respiração e coração? É.... só fazendo essa observação é que nos tocamos do quanto possuímos o Divino dentro de nós.
Pois bem São Benedito. Não resmungaremos! Nos prepararemos para 2012 nos autoconhecendo através do Pathwork, Yoga ou qualquer outra ferramenta poderosa assim para nos conectarmos com nossa verdadeira essência, verdadeiro Amor!
Namastê!!
1 Guia do Pathwork, palestra 69 “ A ânsia de observar os resultados enquanto no caminho; realização ou repressão do desejo válido de ser amado”

domingo, 14 de agosto de 2011

UM PRESENTE PARA MEU PAI




Pai!
Você foi meu herói meu bandido
Hoje é mais
Muito mais que um amigo
Nem você nem ninguém tá sozinho
Você faz parte desse caminho
Que hoje eu sigo em paz
Pai! Paz!”
Fábio Jr.
Quem já ouviu esta canção? Difícil é encontrar quem não a ouviu!
A última estrofe desta música que continua tocando o coração das pessoas, principalmente perto do Dia dos Pais, traduz muitos dos sentimentos dualistas que temos por aquele que também nos deu a vida!
Corajosa canção que chama o pai de bandido, humanamente mostra o quanto a avaliação limitada da criança pode sofrer com um Não pronunciado, uma falta de atenção, uma palavra grosseira. Quem não sentiu muita raiva do pai num momento assim? Ah... e como a criança sofre por sentir raiva daquele que mais ama também. Nessa hora, não vimos o pai por inteiro com outros aspectos bons, e o chamamos de bandido.
O Guia1 diz que algumas vezes guardamos essa frustação de nosso pai durante muito, mas muito tempo e esta emoção vai regendo nossas ações, nossas reações a vida, aos outros e a nós mesmos.
Como nos libertar nossa criança dessa visão limitada que não conseguia enxergar as múltiplas personalidades que compunha o nosso pai? Talvez imaginando nosso pai bem pequeno, quando ele ainda era uma criança também, com seus medos, frustações, angústias que levou escondido no coração até o momento que nós nascemos. É pai, você também está nesse Caminho... e não está sozinho!
Idéias de presente do dia dos pais? Quem sabe ampliar o olhar da nossa criança, ir de encontro a criança de nossos pais e se tornarem muito mais que amigos!
Feliz Dia dos Pais!
1-      Guia do Pathwork – Palestra 99 “Impressões falsas dos pais, sua causa e sua cura.”

SMURF-TRANSFORMANDO
















- Lá lá lá lá lá lá lá lá.....
 Que alegria ver tantos adultos reencontrando suas crianças interiores nas telas do cinema desse final de semana!
Depois de ter causado muita confusão, o Smurf Desastrado, finalmente acredita em si mesmo e consegue livrar todos os duendes das garras do maldoso Gargamel. Feliz, com o que acredita ser o único feito importante de sua vida, ouve de sua anfitriã nova-iorquina:
- Você é meu herói !
- Quem eu ?
- Sim, você é meu herói!
- Podes repetir mais uma vez? É tão bom ouvir isso de vez em quando!
Rejeitado em festas devido a suas trapalhadas, mantido em casa para evitar problemas, o Desastrado carregou consigo o peso do seu nome durante os seus aproximados 100 aninhos.
Semelhante ao Desastrado, quantos de nós carregamos um estigma da infância que ainda não foi superado? “Eu não tenho jeito para isso, ou aquilo é difícil demais para mim.” Seja este estigma criado por si mesmo ou por alguém próximo, pais ou professores, é algo que machuca a criança e levamos por toda vida.
Desastrado só se deu conta de que não precisaria cumprir a função do seu nome durante toda a sua vida quando ouviu de sua anfitriã que ele poderia ser mais de uma “coisa” na vida.
Ah... essas conclusões errôneas....como modificar nossa própria mente que pensa isso da gente?
O Guia1 diz que quando conseguimos olhar para as conclusões errôneas sem sentir raiva ou culpa de si mesmo ou de outra pessoa, mas entendo com compaixão e espírito de alegria que foi assim....ganhamos libertação, força e compreensão para vivermos daqui para frente!
Como fazer essa transformação? Quem sabe deixando a criança interior feliz, quem sabe dizendo para si mesmo: EU SOU CAPAZ ! É tão bom ouvir isso de vez em quando!
Lá lá lá lá lá lá lá lá....
Abraço
Marcia
1 Guia do Pathwork, palestra 75

terça-feira, 9 de agosto de 2011

A dança flamenca e a invocação do Eu Superior


Olé amigos !
Sentadas em banquinhos de madeira, duas cantoras batiam as palmas, batiam os pés e gritavam para a dançarina no centro do palco:
- Olé, olé, olé!!
Foi assim que contemplei o Eu Superior ser invocado durante a dança flamenca. A dançarina não tinha nenhuma coreografia e nem nenhum ensaio. Com sua roupa cheia de babados, ela se coloca no centro, começa a ouvir os primeiros acordes da guitarra e fecha os olhos. Sente a música, vai levantando as mãos e contorcendo as mesmas como que se preparando para dar o melhor de si. Seu rosto concentrado mostra que a sua única preocupação é ouvir de dentro de si o que deve mexer naquele momento, os pés, as mãos, com qual velocidade e com que expressão de corpo.
Ao mesmo tempo uma verdadeira união também acontece com os guitaristas, cantores e cantoras. Sem tirar os olhos da dançarina, todos se concentram na sua expressão e a partir da regência do Eu Superior da dançarina, é que o som a acompanha e o cantor traduz a sua emoção. Tudo isso a olhos vistos acontece numa perfeita sintonia onde a dança e a musica encontram toda a partitura de improviso.
Quem mais poderia ser O Maestro que uni esse grupo a não ser o Eu Superior de todos ali? Não havia espaço para dúvidas, insegurança, medo ou ações estáticas. O que se presenciou foi uma noite de criatividade, coragem, fé e diálogo entre almas que proporcionou uma espetáculo divino. Foi dando o melhor de si mesmos que o grupo de dança flamenca emocionou o publico, oferecendo o seu brilho para quem sabe fazer brilhar outras pessoas. É tentando dar o melhor de mim mesma que escrevo essas linhas e desejo do fundo do meu coração que muitos Eu superiores venham à tona no seu dia.
Bjs
Marcia

domingo, 7 de agosto de 2011

A divindade de Gaudí

Foi lendo sobre este arquiteto único que encontrei a frase que Gaudí mais costumava dizer:
_ Vamos com calma, meu patrão não tem pressa!
Alguém sabe dizer quem seria o patrão gentil, paciente e compreensivo a quem Gaudí se referia?
Pois bem, ele se referia a ninguém menos que Deus, o seu Patrão!!
Homem, de grande inspiração, buscava o contato com a natureza para construir obras ícones que encantam pessoas e mais pessoas há mais de 129 anos. Sua obra prima, a Sagrada Família de Barcelona, ultrapassa a dimensão religiosa e sensibiliza todos que ficam diante dela por sua grandeza e riqueza de detalhes! Segundo Gaudí, a intenção era inspirar qualquer pessoa a meditar, principalmente aquela que estivesse fora da igreja, uma vez que a contemplando seus pensamentos ficariam em segundo plano e se criaria uma conexão com o Divino!
Outra obra encantadora de Gaudí, o parque Güel, possui imensas bolas num caminho que leva a uma praça com bancos de formas anatômicas decorados com mosaicos coloridos.  Dizem os espanhóis que as intrigantes bolas do caminho são as contas de um rosário que o Gaudí costumava rezar todos os dias pela manhã enquanto caminhava e meditava.
De onde viria tanta inovação deste arquiteto? Pois ele, com certeza, invocava seu Eu Superior nas suas criações que segundo o mesmo deveriam ter formas arredondadas e cheia de curvas, como a natureza, e assim lembrar a criação divina convidando a todos a sentirem Deus em sua obras.
E é lembrando O Patrão de Gaudí que percebi que algumas vezes nos cobramos atingir as metas impostas, os números a serem alcançados e nos esquecemos de que o essencial seria tocar e ajudar pessoas com o nosso ofício. O que o seu ofício faz? Leciona matérias ou desperta o interesse em aprender?   Faz empréstimo bancário ou ajuda a realizar um sonho? Mistura ingredientes ou faz um bolo para uma comemoração especial?  Limpa uma casa ou promove bem estar?
É....Nosso Patrão também não tem pressa !!!!
Desejo a todos uma excelente semana de trabalho e muito amor!!
Bjs
Marcia

Sísifo

Faz muito, muito tempo certo personagem da mitologia grega, chamado Sísifo, começou a empurrar uma enorme pedra para o topo de uma montanha bem alta! Quando ele estava quase chegando ao topo, a pedra rolou montanha abaixo o deixando triste e desanimado!
O que vocês acham que o Sísifo fez? Ele desceu a montanha, buscou a pedra e começou de novo a empurra-la montanha acima. Sabe o que aconteceu? A pedra caiu de novo.
Acho que o Sísifo fez esse “trabalhinho” uns bons anos. Foi aquele outro personagem famoso, o Plutão, que deu esse castigo para sua vida. Condenou Sísifo a esse trabalho sem fim e sem objetivo por toda a vida.
Coitado do Sísifo! É quase impossível não sentir sua frustação, sua dor de sempre errar no mesmo ponto, tão próximo ao destino final. Porque será que a frustação de Sísifo nos toca tanto?
Quantas vezes acordamos, principalmente às segundas-feiras, e nos comprometemos a começar aquela dieta, fazer exercícios, tentar ser mais criativo, não nos irritarmos com algumas situações ou pessoas, mas acabamos deixando nosso propósito cair quando estamos quase alcançando o que nos propomos. Ah, mas aquele bolo era irresistível, não tenho tempo para ser criativo, e aquela pessoa, por favor, mereceu minha irritação.
Sabe o pior, ou melhor, da história? Não tem nenhum Plutão nos condenando a deixar a pedra cair sempre no mesmo ponto.
O que fazer para alcançar a vitória de deixar a pedra bem linda lá em cima da montanha? Quem sabe examinar o terreno, olhar para os buraquinhos do caminho e tentar encontrar certinho o ponto onde a pedra rola abaixo. Tentar enxergar o que mesmo me impediu de começar a praticar exercícios físicos, ou onde eu me vejo no outro que me irrito tanto com sua atitude?
Este caminho mais limpo e suave, sem tantas pedras é o que desejo para vocês neste CAMINHO.