domingo, 26 de fevereiro de 2012

Nossos cães, nossas vibrações!

“Felizes os cães, que pelo faro descobrem os amigos.”
Machado de Assis
Branquinho, peludinho, pequenino e com gravatinha no pescoço, correu ligeiro para o portão com o peito estufado. Na sua língua canês podia-se quase entender:
_ Au, au, au, au.... Saia já dessa calçada seu intruso! Essa casa é minha!
Assustada, me recolhi interiormente, torcendo para a calçada terminar logo e não ouvir mais aqueles gritos caninos. Senti-me mesmo como uma invasora do território alheio, quase pedindo desculpas por pisar naquele chão.
Andando de cabeça baixa, procurando comida, quase sem levantar o olhar, andava pelas ruas e calçadas dividindo seu espaço com outros cães, cabritos, vacas e macacos. Esperando ouvir algum latido, nenhuma manifestação da voz foi ouvida em um lugar no qual ele sabia que era de todos.
E cachorro lá entende algo de espiritualidade?
Foi o que pude observar nos cachorros da Índia. Não se ouvia um latido se quer! Eles andavam calmamente pelas ruas, ou estavam dormindo, em meio a tanto barulho e confusão. Um ar pacífico o rodeava, como se ele soubesse que no fundo Somos todos um!
O guia do Pathwork explica, na palestra 6, que o quê chamamos de instinto animal é nada mais do que o sentido de percepção do que não é material. Esse sentido é mais desenvolvido nos animais por que o intelecto não é tão desenvolvido como no homem.  O animal está em sintonia com as vibrações, harmonizadas pelo amor. O animal capta a vibração, mesmo que não possa ver você com os olhos físicos. É sua visão espiritual ou sua audição, ou olfato que percebem a vibração conhecida.
Se nossos animais captam uma vibração mais individualista? Acredito que sim, pois quase sempre aparecem atrás dos seus portões agindo como se estivessem demarcando seu território! Mas também são amorosos, felizes e reconhece o amigo que também verdadeiramente todos somos!
Uma semana de boas vibrações a todos!
Marcia Oliveira

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

DESAPEGO

Do que você, ou melhor, sua mente, é capaz de se desapegar? Roupas guardadas, livros não lidos, coisas não usadas?
Em uma das manhãs na Índia, observou-se uma situação que pode ter acontecido na vida de alguns de vocês.
Logo cedo, em um respeitado Ashram, sentamos em uma grande mesa junto aos indianos e tomamos o café da manhã de seu costume, ouvindo:
_ Eu acordei hoje às 2 horas da manhã! – disse um amigo.
_ Eu também, não conseguia mais dormir! Deve ser o fuso horário!- disse uma amiga.
Para que refletir sobre um fato que é tão costumeiro quando se está num país com horário tão diferente?
Eu também tinha acordado às 2 horas da manhã naquela madrugada, mas já tinha me acostumado com as horas. Tinha plena consciência que o que me acordara foi o colchão ruim, que mal dava para disfarçar o estrado da cama. O colchão ruim? Ou minha mente que naquele momento não conseguia estar humilde e desejava o colchão de casa?
Com esses pensamentos até o almoço, nos dirigimos ao refeitório. Toca o sino, deixo a rasteirinha da moda verão Brasil na entrada do salão, pego uma bandeja redonda de inox toda riscada e troco por uma bandeja de inox também, porém com divisórias para não misturar os alimentos. Noto as unhas um tanto sujas da pessoa que me serve, direciono-me a mesa e não vejo garfo e faca. Como faço para comer? Fico extremamente feliz quando vejo uma colher, mas a comida é apimentada, não quero comer e nem encostar o talher na boca. Retiro o alimento com os dentes, sem querer encostar os lábios. Como sou nojenta, reconheço.
Olha, devo ter aprimorado um pouco a humildade para conseguir contar isso a vocês. Mas naquele dia, me perguntei: o quanto sou capaz de ser humilde? O quanto sou capaz de abrir mão, desapegar dos meus desejos e aceitar o que a vida oferece?
Cerca de três dias após os questionamentos, um guru nos disse:
- O sofrimento nasce a partir do duelo do que existe e do que a mente deseja! Se não há desejos, há aceitação!
Se aprendi a lição? Espero que sim! Pois a pior das situações podem se tornar momentos ricos de aprendizado quando estou aberta ao que a vida oferece ou mesmo quando a ficha cai depois.
Um Feliz Carnaval a todos!!
Bj
Marcia Oliveira

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Você se descontrola em meio à bagunça?

“...Senhor, dai-me força para mudar o que pode ser mudado...
Resignação para aceitar o que não pode ser mudado...
E sabedoria para distinguir uma coisa da outra.”
                                   São Francisco de Assis

Quem não já se irritou com casa bagunçada, papéis sem fim ou muita louça para lavar? O que te tira do eixo?
Agora, por um parágrafo, imaginem: turista de bermuda, cheiro de incenso, homens de turbante, calor, cheiro de folhas de árvores queimadas, corvos dando rasante, carros disparando buzinas, pedestres por todo lado, vacas atravessando a rua, odor de pescado, calor, templos hindus, gato de olho no peixe, mulheres de sare, lindas roupas bordadas, igreja católica, muito calor, gosto apimentado, ambulante insistente, bijuterias exuberantes, cabrito pastando...
E foi assim que foram apresentadas aos nossos olhos as primeiras imagens da Índia. Para muitos foi impossível não reparar no visual e logo deixar a mente julgar: como é que conseguem viver assim?
Pouco depois se ouvia dos colegas:
_ Puxa, mas os carros não se batem. Incrível como em meio à confusão, eles se entendem.
_ Ninguém xinga ninguém no trânsito.
_ Não precisa se preocupar, quase não há roubos aqui.
_ Olha aquela criança carente ali. Viu-nos no ônibus, e está sorrindo e acenando!
_ Namastê (meu Deus interior salda o Deus em você)!  

Como os indianos conseguem serem assim tão amáveis, felizes, gentis em meio a tanta confusão?
O guia do Pathwork diz que o que destrói a paz de espírito, o que causa ansiedade e tensão é a falta de aceitação. A aceitação temporária das próprias limitações atuais, e consequentemente dos resultados imediatos, não significa resignação com relação à tragédia e ao sofrimento. Significa simplesmente passar por uma fase de menos expansão, conforto e contentamento, aceitando as próprias limitações e a responsabilidade por este estado presente, e vencendo, assim, o terror da situação.
Pode até ser muitas situações tentem provocar angústias, mas sempre há de existir a lembrança da aceitação!
Desejo a todos uma semana de paz e aceitação!
Bjs
Marcia  Oliveira