quinta-feira, 10 de abril de 2014

Você não era “bonzinho” Noé?


"A peversidade não está só neles, está em todos nós. Eu vi.”

                                   Noé, Noé 2014

 

Imaginar a família de Noé cheia de raiva, medo, vingança e desejos não é lá uma história muito parecida com a qual ouvimos, não é mesmo?           

A resignificância dada à Arca de Nóe por Aronofsky, choca de certa maneira os cinéfilos, mostrando a presença do mal em todos os humanos inclusive na família do justo Noé.

Em meio a tanta dedicação para a construção da Arca, Noé consegue observar em seus filhos, o desejo de Sem, a revolta de Cam e a necessidade de agradar de Jafé. Ter a coragem em meio à tamanha nobre missão, a qual Noé foi incumbido, de enxergar a presença do mal em si mesmo e nos familiares, só o fortaleceu já que conhecendo essa força maléfica dentro de si ele pôde a converter em verdade e energia.

O ponto alto do filme se dá quando Noé sente a missão de evitar a perpetuação da humanidade, sendo “obrigado” a sacrificar os próprios descendentes. Sua obstinação com essa outra tarefa o coloca em conflito direto com esposa e filhos o que o separa durante um bom tempo de todos. Somente após sentir organicamente a violência dessa segunda missão e o quanto sua realização o distanciaria da alegria, Nóe abre mão de completar a tarefa.

O guia do Pathwork diz, na palestra 030, que é importante durante o autodesenvolvimento concentrar-se na descoberta do que é realmente o seu Eu Inferior. Ou seja, devem-se descobrir as próprias falhas e perceber plenamente a existência das mesmas, seu significado e o efeitos sobre nós e nossas vidas. É também importante, em certo estágio do trabalho aperceber-se da especial individualidade do Eu Supeior afim de utiizá-lo e se dar conta da sua força particular.

E não seriam essas emoções negativas na família de Noé nada mais que o Eu Inferior? Ter olhado o próprio mal, o Eu Infeiror, ter tido a coragem de colocar isso em grandes telas, só causa uma maior reflexão e admiração a Noé e Aronofsky, sobre o poder de realizar coisas positivas apesar da presença dessa  má energia neste mundo de dualidades.



Abraços


                        Marcia Oliveira

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